Pedidos de recuperação judicial batem recorde

No momento em que o Brasil passa por uma de suas maiores crises econômicas, os pedidos de recuperação judicial de empresas bateram recorde histórico em 2016. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações, somente em setembro foram contabilizados 244 requerimentos. Em agosto deste ano foram 137 pedidos e em setembro de 2015, 147.

Entre janeiro e setembro de 2016, em comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 62%. Esse número equivale a 1.479 ocorrências contra 913. Os pedidos são liderados pelas micro e pequenas empresas (917), em seguida pelas médias (357) e pelas grandes companhias (205).

“Ação do pedido de recuperação judicial é uma tentativa para que a empresa consiga manter as suas atividades. Com a recuperação, a empresa ganha novas condições para tocar as suas operações”, explica o advogado Vicente Vieira, sócio do escritório Jairo e George Melo Advogados Associados – JGM.

Medida pode evitar a falência

Segundo os economistas da Serasa Experian, o recorde histórico revela a gravidade da situação financeira das empresas brasileiras, que estão enfrentando uma prolongada recessão e deteriorando seus fluxos de caixa, combinada com as adversas condições de crédito, como juros altos e restrições de acesso. Diante desse cenário, as instituições acabam recorrendo à recuperação judicial como mecanismo de sobrevivência.

Para a advogada Maíra Sousa, também integrante do JGM, buscar o auxílio de um profissional especializado para analisar a situação da empresa é fundamental e deve ser a primeira atitude a ser tomada. “Em meio a crise econômica e financeira que estamos vivendo em nosso país, na qual vemos pequenas e grandes empresas fechando suas portas, é importante procurar um profissional para que ele realize uma análise jurídica da empresa, sugira possibilidades e participe das negociações com os credores. Essa iniciativa pode evitar o processo de falência”, conclui.